quinta-feira, 2 de outubro de 2008

White House Redux

Pois hoje é o grande dia ... Dia de inauguração na Storefront da exposição do concurso de ideias White House Redux. Para que se saiba tratou se de um concurso com o objectivo, ainda que aparente, de responder à pergunta "Se a White House fosse construída hoje, como seria?". Aparentemente tratar-se ia de um concurso de arquitectura, mas na prática foi uma mostra de manifestos políticos e de merchandising. A começar pelo timing do concurso, passando pelo juri e por fim pelas propostas seleccionadas. Perante o resultado, penso que ficaram mais perguntas por fazer do que as respostas que foram dadas. O que não é mau....

Afinal isto era um concurso do que? O que faz este juri aqui? Porque é que só foram seleccionados trabalhos que não tinham um caracter formal? Como é que se pode ver quase 500 propostas de 42 países em 9 horas? Será mesmo um concurso de arquitectura? Ou uma promoção de uma galeria com um pretexto de um concurso? Será que uma sociedade onde o protagonismo parece ser uma necessidade arrasta um juri desta natureza para este tipo de concursos? Será que a especulação de Wall Street está a proliferar? Será tudo arquitectura? Ou será que a arquitectura está morta?

Claro que não é o momento para responder a estas perguntas.... Hoje é dia de inauguração...
Por isso resta me apresentar o nosso trabalho proposto...








Quando começamos a desenvolver o conceito para este projecto deparamos com uma série de inquietantes questões.

Questões essas que passavam por perceber a importância da Casa Branca na sociedade Americana e no Mundo no passado e no presente.

Como lidar com esse passado histórico sem apagar a memoria material e a colectiva deste símbolo americano.

Como achamos que isso seria quase impossível tomou se a opção de perceber quais as politicas que de certa forma poderiam marcar mais a casa branca no futuro.

Concluímos que de todas as preocupações o ambiente é aquele que poderá trazer maiores consequências aos Estados Unidos e ao Mundo. Exemplo disso são as mudanças climáticas e a titulo de exemplo temos a catástrofe em Nova Orleães do furacão Katrina.

Por outro lado se se mantiver a politica de ambiente actual os consequências serão tais que o passado será apagado tornando-se irrelevante.

Não serve de nada preocupar com a memoria colectiva de uma casa quando, o que está em causa, com o aquecimento global, é a memória colectiva da humanidade.

Partindo deste princípio definimos algumas ideias chave. A Casa Branca tinha que continuar a ser um símbolo iconográfico do poder. Tinha que estabelecer uma nova relação com os cidadãos e servir de exemplo para o mundo.

Por isso procurou-se criar um edifício que o cidadão comum pudesse fazer parte da história da nova Casa Branca. Tendo como base formal e estética a paisagem quer fosse o degelo dos glaciares até à paisagem do Grand Canyon. Para nós os opostos poderiam ser a união.

Desta forma estabelecemos uma base onde estas novas formas iriam nascer. Base essa, onde não estaria representada a natureza, uma vez que será essa a consequência se não forem tomadas medidas para travar o aquecimento global. Por outro lado o edifício deveria ter um aspecto sólido e robusto ainda que mostrasse tensões nos seus volumes. A natureza surgiria representada pelas arvores e pela água apareceriam no seu interior como forma iconográfica da necessidade de as proteger e como forma de serem lembradas.

Desta feita o projecto é composto por uma sequência de volumes tendo como numero base o 13, o mesmo numero de riscas da bandeira americana. A modulação feita iria tinha como objectivo criar uma nova paisagem urbana.

Ao nível da distribuição estabeleceram se três zonas com funções distintas. Uma com frente para a Pensilvânia Avenue, onde se situa a entrada principal; outra com frente para Constitution Ave NW ficaria a entrada do museu e por fim na 15th St NW ficaria a entrada para os carros e o acesso directo á torre de escritórios.

O projecto era acompanhado por um pequeno vídeo que não era mais do que a representação sonora de alguns dos eventos mais importantes na história dos Estados Unidos. No entanto ao mesmo tempo o ruído de uma gota a cair acompanhava a desintegração da actual Casa Branca até ao estado zero. Era nesse estado zero que a nossa proposta surgia.

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