segunda-feira, 28 de abril de 2008

sábado, 19 de abril de 2008

Girona Barcelona Urquinaona (Diário de Bordo)

5 alunos de arquitectura, 1 objectivo: viajar. Barcelona foi o destino escolhido. Com as viagens low cost, uma data em “época baixa” e um apartamento arranjado na net podemos comodamente e sem muitos gastos visitar as grandes capitais europeias. Deixo aqui um resumo da nossa viagem à cidade conhecida como a capital do modernismo.

O voo dirigia-se para Girona – situada a cerca de 100km de Barcelona -, Portugal ficara para trás e a expectativa de ver algo de novo era muita. Chegando ao destino, por 20 euros compramos o bilhete de ida e volta de autocarro entre Girona e Barcelona. Durante a viagem de autocarro pudemos ver à distância a Torre Agbar de Jean Nouvel. Já na cidade de Gaudi telefonamos ao responsável pelo aluguer do nosso apartamento e pousamos as malas (ficamos alojados num loft com capacidade para 6 pessoas, com cozinha e situado bem no centro da cidade, no Bairro Gótico, numa rua junto ao Mercado de Santa Caterina).

Com os locais a visitar já previamente definidos partimos logo para o primeiro destino, passando pelas casas de Gaudi dirigimo-nos a pé para a Sagrada Família. Ao longe pudemos ver as gigantescas e esculturais torres da catedral, como era de esperar impressiona mesmo depois de ver centenas de fotos. No seu interior sentimo-nos como formigas e até um pouco intimidados pela super dimensão dos espaços. As obras continuam e isso não retira a admiração de todos os visitantes. A subida às torres e principalmente a descida a pé por escadas estreitas e escuras foram vertiginosas.

Já escurecia e regressamos a casa. Mais tarde saímos e passando pelas ramblas fomos tomar um café (muito fraco, diga-se) à marina. Cedo, na manha seguinte, apanhamos o metro e fomos ao Parque Guell. Estava um dia solarengo, perfeito para a visita.

Em direcção ao metro passamos pela recente Biblioteca Jaume Fuster e demos uma olhadela, o próximo destino era a torre de telecomunicações de Norman Foster. Para chegar à Torre de Colserolla tivemos de utilizar o funicular pois situa-se no cimo de uma montanha. A vista do cimo da montanha era impressionante e só por isso valeu a “escalada” porque a torre está fechada para visitas naquela altura do ano.

Voltando à planície dirigimo-nos à faculdade de Arquitectura de Barcelona, que se situa precisamente num pólo dedicado às várias faculdades da cidade. Entramos, sentimos o ambiente, vimos as salas e alguns trabalhos… Fim do dia, regresso a casa, jantar e dar uma escapadela pela noite. A noite é vivida e podemos deslocar-nos à vontade pelas ruas sem grandes receios. O Pavilhão Alemão de Mies van der Rohe foi a primeira visita da manha seguinte, expectativas elevadas pois tratava-se do reconhecimento de uma das nossas grandes referências da arquitectura. Diferente das imagens, mas nada desolador, a clareza e leveza dos espaços contagia. Subindo uma enorme escadaria deslocamo-nos pelo parque Montjuic e visitamos o estádio olímpico e toda a colossal envolvente e ainda passamos pela Fundação Miró.

Ainda na parte da manha fomos para a zona costeira de Barcelona onde observamos o Hospital del Mar, o peixe de Frank Gehry, o Centro Meteorológico de Álvaro Siza e a praia… De volta ao centro a tragédia acontece! Eu e um colega meu ficamos sem carteira enquanto viajávamos no metro. Por descuido transportávamos as carteiras na bolsa de fora da mochila e sem nos apercebermos ficamos sem ela. Tudo aconteceu na estação de Urquinaona… participamos à policia e a visita seguiu… Ainda um pouco chateados fomos comer umas tapas. Já quando escurecia fomos à Praça da Catalunha onde ali por perto visitamos o CCCB (Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona). Nessa noite fomos jantar a casa de uma amiga que trabalha em Barcelona e que fez questão de nos guiar e acompanhar por mais uma noite, fomos a uma das maiores discotecas da Península Ibérica, a Razzmatazz, que ocupa um quarteirão inteiro e divide-se por vários andares e salas.

Ultimo dia, quase sem tempo de fechar os olhos para descansar, arrumamos tudo e deixamos o apartamento. De malas na mão fomos visitar o MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona) de Richard Mier que divide uma praça, muito frequentada por jovens skaters, com o CCCB. Este museu impressiona pela sua amplitude de espaços, a transparência e a luz. O percurso de rampas resulta muito bem, de um lado temos a grande janela para o exterior e do outro as salas de exposições. A clareza do espaço de percursos contrasta com a escuridão de algumas salas, há planos que se intersectam, outros que não se tocam criando um novo espaço a cada passo. Saímos do museu e percorremos algumas ruas da cidade em direcção à estação de autocarros com destino a Girona parando em algumas lojas e tirando as ultimas fotos. Três longos dias de grandes caminhadas, muito se viu e muito ficou por ver. A carteira lá ficou mas connosco vieram as imagens e os momentos de uma viajem que nos enriqueceu o olhar e o espírito.



Está para breve uma viagem a Santiago de Compostela e espero colocar mais uma espécie de reportagem telenovelesca. Fiquem atentos…